Texto: Juízes 17:1-6
Introdução
- Embora não exista mãe perfeita; boas mães são abundantes. Mesmo as melhores mães, porém, admitiriam que há momentos em que não são tão boas.
- No livro de Juízes do Antigo Testamento, encontramos uma
mãe que nos retrata os perigos de uma mulher que não se preocupa com o delicado
dever da maternidade. Às vezes, você pode aprender tanto com um mau exemplo
quanto com um bom. Esse é o caso da mãe de Mica em Juízes 17. Ela nos aponta os
tipos de coisas que boas mães devem evitar se quiserem criar filhos que
conheçam e honrem a Deus. Observe algumas coisas que essa mãe fez que afetou
negativamente a vida de seu filho. Antes de mais nada, observe:
I. Os Fracassos Que Ela Mostrou ao Filho
- O lar é a Universidade da Vida com os pais como
professores, crianças como alunos e a vida como laboratório.
- O professor com quem seus filhos aprenderão mais não é
aquele em sua sala de aula; é o da casa deles. Como pai, seus filhos estão
constantemente observando você, aprendendo lições de vida das coisas que você
faz e diz.
- Em Juízes 17, a mãe de Mica obviamente esqueceu a
importância de sua influência sobre o filho. Como resultado, Mica testemunhou
alguns fracassos significativos na vida de sua mãe. Em primeiro lugar, ele
testemunhou:
A. Sua perda de
controle
- No versículo 2, Mica chega à sua mãe e relata um incidente
ocorrido em sua casa. O versículo 2 diz: “Disse
este a sua mãe: As mil e cem moedas de prata que te foram tiradas, por cuja
causa lançaste maldições, e acerca das quais também me falaste, eis que esse
dinheiro está comigo, eu o tomei”
- Aparentemente, parte do dinheiro dessa mãe havia
desaparecido. As evidências indicavam que alguém o havia roubado e, no calor do
momento, a mãe de Mica amaldiçoou o ladrão. Não sabemos exatamente o que ela
disse, mas parece que ela falou uma frase de juízo ou calamidade sobre a pessoa
que a roubou. Essa maldição pronunciada foi a predecessora de nossa maldição ou
xingamento moderno. Assim como hoje, foi algo que alguém fez com raiva e como
forma de retaliação. Ao invés de manter a calma e lidar com a situação com
paciência e confiança na providência de Deus, essa mãe “explodiu” e amaldiçoou
na presença de seu filho.
- Thomas Jefferson disse: “Quando estiver com raiva, conte
até dez antes de falar; se muito zangado, conte até cem”. O conselho de Mark
Twain foi um pouco menos útil. Ele disse: “Quando estiver com raiva, conte até
quatro; quando muito zangado, xinga”. Nenhuma dessas opções são realmente
opções para a pessoa que conhece a Cristo. Não perderemos o controle se já entregamos
o controle ao Espírito Santo. Ele nunca perde a Sua calma ou a nossa quando
está sob Seu domínio.
- Em Gálatas 5:23, Paulo lista a “temperança” como um dos
frutos do Espírito. É literalmente “autocontrole”, ou mais precisamente,
controle do Espírito.
- Esta mãe mostrou uma perda de controle para seu filho.
Observe ainda que o fracasso que ele viu nela não foi apenas sua perda de
controle, mas também:
B. Sua falta de
consistência
- No texto do versículo 2, encontramos a mãe de Mica
amaldiçoando. Então, nesse mesmo versículo, encontramos estas palavras saindo
de sua boca: “Bendito do Senhor seja meu
filho!”.
- Recordamos as palavras de Tiago no Novo Testamento. Tiago
3:10 diz: “De uma mesma boca procede
bênção e maldição. Meus irmãos, essas coisas não deveriam ser assim”.
- Aqui estava uma mulher com uma língua de múltipla personalidades.
Ela falou como uma santa com e praguejou como um marinheiro. Como pais, esse
tipo de hipocrisia e duplicidade será óbvio para seus filhos e fará mais para
afastá-los de Cristo do que todas as más influências do mundo juntas.
- A inconsistência da mãe de Mica em Juízes 17 pode não ter
sido tão drástica quanto ao de muitas mães, mas ainda assim certamente teve um
efeito adverso em seu filho. Toda mãe, em algum momento ou outro, perderá a
calma, e ninguém está isento de inconsistências, mas uma boa mãe procura pela
graça de Deus guardar seu testemunho diante de seus filhos.
Observe algo mais que vemos na vida da mãe de Mica. Vemos
aqui não apenas os fracassos que ela mostrou ao filho, mas notamos também:
II. O Futuro Que Ela Moldou Para Seu Filho
- O texto não é completamente claro sobre quando esse
incidente com as moedas de prata realmente ocorreu. O capítulo começa
descrevendo Mica como “um homem”, mas isso não significa necessariamente que
esta história aconteceu depois que Mica cresceu. Pode ser que o escritor esteja
relatando um incidente da vida anterior de Mica para fornecer algum pano de
fundo para sua conduta como homem. Independentemente de quando ocorreu, as
ações de Mica nesta história e a resposta de sua mãe lançam luz sobre o tipo de
mãe que ela era.
- O que ensinamos aos nossos filhos e como ensinamos aos
nossos filhos moldará em grande parte o tipo de pessoa que eles serão no
futuro. As impressões digitais de nossa influência permanecerão neles pelo
resto de suas vidas. Acho que vemos evidências disso na história de Mica e sua
mãe. Ela estava moldando um certo tipo de homem. Considere isso comigo. Em
primeiro lugar, ela obviamente havia criado:
A. Um homem para quem
a cobiça era motivação
- Mica faz uma confissão a sua mãe no verso Ele diz: “As mil e cem moedas de prata que te foram
tiradas... eis que esse dinheiro está comigo, eu o tomei”.
- Aqui estava um menino que viu algo que ele queria, e ele
pegou. O dinheiro era de sua mãe, mas isso não parecia incomodá-lo até que ele
teve medo de acabar no lado errado da maldição de sua mãe. Não sabemos, mas
poderia muito bem ter sido que Mica foi criado, como muitas crianças hoje, em
uma casa onde tudo o que Mica queria, Mica conseguia. É possível que Mica fosse
uma criança mimada que carregava consigo um senso de direito, que realmente
acreditava que se houvesse algo que ele desejasse, ele poderia tê-lo, não
importa o custo. Há pelo menos alguma evidência disso mais tarde na vida de Mica
(cf. v. 10).
- O último dos Dez Mandamentos é “Não cobiçarás”. A cobiça é o desejo por aquilo que você não tem e
não é seu.
- Estamos vivendo em uma geração que passa a maior parte de
suas vidas tentando obter todas as coisas que não têm e acompanhar aqueles que
as têm. Para alguns, a cobiça é o combustível que impulsiona suas vidas. Longe
de ser o que eles considerariam um pecado, é a motivação para muito do que eles
fazem. E onde esta geração conseguiu sua obsessão pela posse? Muito disso veio
de pais que concederam todos os desejos e compraram todos os brinquedos e
bugigangas sob o sol. Será que a prata perdida dessa mãe foi um crime que ela
contribuiu para si mesma, criando um filho para quem a cobiça era a motivação?
- Observe algo mais sobre o futuro que esta mãe moldou para
seu filho. Ela aparentemente havia criado não apenas um homem para quem a
cobiça era motivação, mas também:
B. Um homem para quem
as consequências foram mínimas
- Veja novamente o que acontece no versículo que Mica
confessa ter roubado o dinheiro de sua mãe e, em vez de repreendê-lo de
qualquer forma, ela diz: “Bendito sejas
tu do Senhor, meu filho”.
- Onde está a disciplina? Onde está pelo menos uma palavra
de correção? Não há nada além de uma bênção para este filho ladrão.
- Provérbios 23:13 diz: “Não
retenhas a correção da criança...” Provérbios 22:15 diz: “A tolice está ligada ao coração da criança;
mas a vara da correção a afastará dele”
- No Novo Testamento, descobrimos que disciplina e correção
são a maneira como Deus lida com Seus filhos. Hebreus 12:6 diz: “... o Senhor corrige a quem ama, e açoita a
todo filho a quem recebe”.
- Um pai pode dizer: “Eu não disciplino meu filho porque eu
os amo demais”. Isso é simplesmente uma mentira. Se você não corrigir e disciplinar
seu filho, você não se importará com ele ou com o futuro dele. Disciplina e
correção ensinam à criança que há consequências para suas ações. Ela comunica a
verdade bíblica e teológica de que o pecado tem um preço.
- O futuro de nossos filhos será moldado por nossa
disciplina deles, ou pela falta dela.
- Há uma terceira coisa que acredito que podemos observar na
vida dessa mãe do Antigo Testamento que não era tão boa em ser mãe. Observe não
apenas as falhas que ela mostrou ao filho e o futuro que ela moldou para o
filho, mas considere por último, e provavelmente o mais importante:
III. A Fé Que Ela Compartilhou Com Seu Filho
- “Espere um minuto”, você diz, “pensei que compartilhar sua
fé com seus filhos é o que uma boa mãe faz”. Bem, isso depende do tipo de fé
que você compartilha com eles.
- Em Juízes 17 temos uma casa descrita onde a mãe amaldiçoa
e o filho rouba. No entanto, este mesmo lar é aquele onde o nome de Deus é
falado e a adoração a Deus é promovida. Quando a prata roubada é devolvida à
mãe, ela fala uma bênção em nome do Senhor e também declara que a prata foi
dedicada ao Senhor em nome de seu filho. Esta não era uma casa pagã. Não, esta
era uma família que conhecia o único e verdadeiro Deus. Se eles estivessem
vivos hoje, provavelmente teriam um “peixe Jesus” em seu carro e um quadro da
“Oração de Jabez” em algum lugar de sua casa. Esta mãe passou sua fé para seu
filho. O único problema era que a fé que ela lhe transmitia lhe fazia mais mal
do que bem. Considere a fé que ela compartilhou com seu filho. Foi, antes de
mais nada:
A. Uma adoração
diluída a Deus
- Observe o texto e observe o versículo Ouça a afirmação que
esta mãe faz. Ela diz sobre a prata roubada: “Da minha mão dedico solenemente este dinheiro ao Senhor a favor de meu
filho, para fazer uma imagem esculpida e uma de fundição”. Ela diz que
dedicou esse dinheiro ao “Senhor”, e o nome que ela usa é “Jeová”, o nome da
aliança de Deus. Se ela tivesse parado ali, estaria tudo bem. Mas ela continua
dizendo que seu presente para o Senhor seria na forma de um ídolo que ela teria
feito para Mica.
- Se você entende alguma coisa sobre Jeová e Seu povo, sabe
que Seu primeiro mandamento para eles envolveu idolatria e a proibição de
imagens “esculpidas” ou fundidas. Compreendendo a natureza confusa da religião
dessa mãe, é de se admirar que lemos no versículo 5: “Ora, tinha este homem, Mica, uma casa de deuses …”? Essa mulher
compartilhou com seu filho uma fé que tinha um pouco do Deus verdadeiro, ao
lado de muitos outros deuses de seu mundo. Isso se parece muito com o cristianismo
praticado pela maioria das pessoas em nossos dias.
- A maioria das pessoas adora um Jesus que se encaixa
confortavelmente em suas vidas ao lado de todas as outras coisas às quais se
dedicam. Como Mica, eles têm uma casa cheia de deuses, de seus HDs, telas
planas a seus jeans de grife. Eles têm, na melhor das hipóteses, uma adoração
diluída de Jesus.
- Em Lucas 9:23, Jesus disse: “Se alguém quiser vir após mim, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz
cada dia e siga-me”. A maioria dos cristãos em nossos dias pensa que isso
não significa nada mais do que abrir mão de uma ou duas horas aos domingos.
- Infelizmente, essa é uma adoração diluída a Deus. Observe
ainda que a fé que ela compartilhou com seu filho não era apenas uma adoração
diluída a Deus, mas também:
B. Uma adoração
desagradável a Deus
- Veja este texto como um todo. Você tem uma mãe e um filho
que invocam o nome do único Deus verdadeiro, mesmo quebrando a maioria de Seus
mandamentos. O filho parece muito religioso, mesmo tendo seu próprio templo, completo
com seu próprio “estilo” e “marca” de adoração. O escritor dos Juízes resume
toda a cena no versículo 6, quando diz: “Naqueles
dias não havia rei em Israel, mas cada um fazia o que parecia certo aos seus
próprios olhos”. Essa mãe, junto com seu filho, fez o que parecia certo aos
seus próprios olhos. Eles viviam uma vida com espiritualidade suficiente para
aliviar sua consciência religiosa e pecado suficiente para manter seu conforto
pessoal. Qual é o problema com esse tipo de religião complicada e comprometida?
Isso desagrada completamente a Deus!
- Em Apocalipse 3, Jesus ditou uma carta para uma igreja que
funcionava dessa maneira diluída. Ele lhes disse que preferia que eles
estivessem em chamas por Ele, ou completamente frios com Ele, ao invés de ambos.
Ele diz no versículo 16 desse capítulo: “Assim,
pois, porque és morno, e não és frio nem quente, te vomitarei da minha boca”.
Literalmente, Jesus disse: “Você me deixa doente”. O Senhor Jesus nunca ficará
satisfeito quando oferecemos uma adoração diluída. Ele nunca terá prazer em
compartilhar o amor de nossos corações com milhares de outros ídolos de nosso
mundo.
- A mãe de Mica compartilhou com ele sua fé. Mas não tenho
certeza se foi um presente.
- No livro de Ayelet Waldman, Bad Mother, ela menciona
algumas mães notoriamente ruins. Ela menciona Andrea Yates, que afogou seus
próprios filhos em uma banheira. Ela faz referência à loucura da estrela pop
Britney Spears, que perdeu a custódia de seus filhos após ser declarada mãe
imprópria. Estes, e muitos outros, poderiam ser apontados como exemplos de mãe
que deu errado. No entanto, verdade seja dita, eles são exceções à regra.
Conclusão
- A maioria das mães faz o possível para cuidar de seus filhos
e os ama como deveria. Imagino que se tivéssemos perguntado a ela, tenho
certeza de que a mãe de Mica teria dito que ela estava tentando ser uma boa
mãe. A realidade é, no entanto, por seu testemunho quebrado em casa, por sua
falta de disciplina saudável para seu filho e fé enfraquecida e diluída, ela é
um exemplo de quando a maternidade não era tão boa.
- Oro para que nossas mães aprendam com seu mau exemplo e
peçam a Deus que as ajude a ser o tipo de mãe que o Dia das Mães representa.