Texto base: Eclesiastes 4.9-12
Meu genro e eu recentemente nos empenhamos em um projeto doméstico, aparentemente simples, mas que na verdade teria sido muito mais difícil se não tivéssemos trabalhado em conjunto. Por sua habilidade em mecânica, David poderia realizar a tarefa sozinho. Mas com minha ajuda o trabalho foi feito mais rapidamente.
Ao longo de minha carreira esse princípio manifestou-se repetidas vezes. Quando editor de um jornal dirigia a coleta de notícias, as reportagens e a edição. Mas outras pessoas eram necessárias para tirar fotos, vender anúncios, compor páginas, imprimir, montar os jornais, entregá-los aos leitores, fazer a cobrança e a contabilidade. Ao editar uma revista respondia pelo seu conteúdo e parte dos textos, mas muitos outros contribuíam com artigos, fotografias, ilustrações e outros detalhes importantes. A gráfica recebia o material “cru” e produzia os exemplares. Muitas vezes, ao ver a revista impressa, não podia evitar a observação: “O todo é maior que a soma das partes”.
Parece que o mesmo se aplica ao ambiente de trabalho. Temos responsabilidades específicas, mas muitos outros contribuem para que o resultado final seja alcançado. A Bíblia descreve isto em termos simples: “Melhor é serem dois do que um, porque têm melhor paga do seu trabalho. Porque, se um cair, o outro levanta o seu companheiro; mas ai do que estiver só; pois, caindo, não haverá outro que o levante... E, se alguém quiser prevalecer contra um, os dois lhe resistirão; e o cordão de três dobras não se quebra tão depressa” (Eclesiastes 4.9-12).
Em administração isto se chama de sinergia - forças correspondentes que se complementam. A combinação de forças, talentos, habilidades e experiências visando o bem comum ou um objetivo compartilhado. Com frequência o mundo profissional e empresarial concentra seu foco em “estrelas” –- indivíduos que ascendem a níveis de realização acima de seus pares. Mas mesmo a pessoa mais talentosa necessita de suporte administrativo, contábil e logístico de variadas formas. Eis os benefícios do trabalho em equipe na visão da Bíblia:
1. Um mantém o outro afiado. Como faca sendo afiada por pedra de amolar, ficamos “afiados” interagindo com outros, mesmo quando isso envolve certa dose de atrito e conflito. “Como o ferro com o ferro se aguça, assim o homem afia o rosto do seu amigo” (Provérbios 27.17).
2. Dividimos os fardos uns dos outros. Quando trabalhamos isoladamente, a tarefa e a responsabilidade parecem insuportáveis. Junto com outros, o fardo se torna mais leve e parece mais manejável. “Levai as cargas uns dos outros e assim cumprireis a lei de Cristo” (Gálatas 6.2).
3. Levantamos o ânimo uns dos outros. O trabalho em equipe tem grande valor emocional e psicológico – camaradagem, espírito de solidariedade – bem como benefícios físicos. “E consideremos uns aos outros para nos incentivarmos ao amor e às boas obras. Não deixemos de reunir-nos como igreja, segundo o costume de alguns, mas procuremos encorajar-nos uns aos outros...” (Hebreus 10.24-25).
4. Avançamos na mesma direção. O ideal é que trabalhássemos com pessoas que compartilhassem o mesmo senso de missão, visão e valores. “Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas?” (II Coríntios 6.14).
Questões Para Reflexão ou Discussão
1. Geralmente você trabalha em equipe ou sozinho? Qual você prefere?
2. Pense em um projeto que você não poderia ter completado se trabalhasse sozinho. Quem lhe prestou assistência e qual foi sua contribuição para o resultado final?
3. Como você reage a pessoas que rejeitam ajuda quando oferecida? Você acredita que “dois é melhor do que um” é sempre verdade?
4. Quais dos benefícios do trabalho em equipe mencionados lhe parecem mais significativos? Consegue pensar em outros além desses?
Para considerar outras passagens da Bíblia relacionadas ao tema, veja abaixo:
“Não havendo sábia direção, cai o povo, mas na multidão de conselheiros há segurança” (Pv 11.14).
“Onde não há conselho fracassam os projetos, mas com os muitos conselheiros há bom êxito” (Pv 15.22).
“O homem iracundo suscita contendas, mas o longânimo apazigua a luta.” (Pv 20.18).
”Irmãos, se alguém for surpreendido nalguma falta, vós, que sois espirituais, corrigi-o com espírito de brandura; e guarda-te para que não sejas também tentado. Levai as cargas uns dos outros e, assim, cumprireis a lei de Cristo. Porque, se alguém julga ser alguma coisa, não sendo nada, a si mesmo se engana. Mas prove cada um o seu labor e, então, terá motivo de gloriar-se unicamente em si e não em outro. Porque cada um levará o seu próprio fardo. O que o homem semear, isso também ceifará, mas aquele que está sendo instruído na palavra faça participante de todas as coisas boas aquele que o instrui” (Gl 6.1-6).
Texto adaptado de Robert J. Tamasy