Texto: João 15.1-8
O fruto do Espírito é o resultado do cultivo de nosso caráter. Abrange tanto a questão de qualidade como da quantidade. Frutos não crescem acidentalmente; precisam de cultivo e de tempo. Ninguém deveria esperar tornar-se um cristão maduro em poucos dias ou meses. O crescimento no Espírito Santo necessita de tempo. O fruto do Espírito e a maturidade espiritual são algo produzido e desenvolvido como tempo e com a experiência. O crente aprende passo a passo a confiar em Deus e a andar no Espírito Santo.
Não deveríamos ficar satisfeitos em permanecer como bebes espirituais, .ou como crentes carnais; porém, não deveríamos também ficar impacientes com a nossa imaturidade, pois o importante é nunca desistirmos. A colheita é certa.
Como produzir os frutos espirituais? Como revelá-los na nossa vida cristã?
1. As condições da frutificação
Em João 15 Jesus revela as condições de uma vida frutífera.
1.1. Pela união em Cristo.
No símbolo da videira e dos ramos o Espírito Santo não está mencionado diretamente. Mas a difusão da vida é obra do Espírito Santo, e o fruto por meio do qual o Pai está sendo honrado
também é fruto do Espírito Santo; é pelo Espírito Santo que a vida flui do tronco, Cristo, aos ramos que somos nós, cristãos.
1.2. Pela permanência em Cristo (vers. 4-10).
Sem o Espírito Santo não há vida nem permanência nele, que produz fruto. Permanência fala de paciência e de confiança. Nenhum agricultor espera ver frutos dois dias depois de plantar as sementes. Mas ele confia na lei de colheita: quem planta, colherá. Só vai colher aquele que plantou. Os sinais da permanência são: amor e dedicação à Palavra.
1.3. Pela eleição em Cristo (v.16).
Nós, cristãos, somos a "seleção" de cristo. Somos escolhidos com um propósito claro: frutificar. A seleção é feita de uma maneira democrática: quem quiser submeter-se ao senhorio de Cristo é um escolhido. Como a seleção brasileira que vive para honrar o país, os cristãos são escolhidos por
2. A descrição do fruto
Em Gálatas 5.22,23 temos uma relação de frutos. As qualidades cristãs estão mencionadas como "fruto do Espírito Santo". Os frutos não são os dons do Espírito Santo. Membros diferentes recebem dons diferentes. Mas todos os cristãos devem cultivar todos os frutos, sim, todos os frutos! O fruto do Espírito Santo não é dividido entre os cristãos; deve ser produzido por cada cristão.
Há duas maneiras de interpretar este texto, mas o conteúdo é o mesmo nas duas interpretações.
2.1. O fruto.
O significado na linguagem original grego, é que há um único fruto do Espírito Santo. Este fruto é o amor que se revela em alegria, paz, paciência (longanimidade), amabilidade, bondade fidelidade, mansidão e domínio próprio. Somente uma vida no amor pode satisfazer a vontade de Deus. Estas manifestações de amor são resultado de estarmos cheios do Espírito Santo, e não são meios de obtermos essa plenitude.
Bill Brights diz: "o crente deve se tornar inspirado pelo amor, ser ensinado pelo amor e guiado pelo amor. Sem o fruto do Espírito Santo, que é o amor, somos apenas um ruído religioso". O fruto, no singular, coloca a ênfase na união e na harmonia da operação do Espírito Santo, ao contrário das obras da carne, que resultam em discórdias e facções. As obras de Deus revelam harmonia, como exemplo de um arco-íris - nele as diferentes cores formam uma bonita harmonia.
2.2. Os frutos.
(São divididos em três cachos de frutos):
- O primeiro: amor, alegria e paz. Fala principalmente do nosso relacionamento com Deus.
- O segundo: paciência, amabilidade e bondade. Fala de nosso relacionamento com outras pessoas.
- O terceiro: fidelidade, mansidão e domínio próprio. Expressa o nosso relacionamento conosco mesmos.
Os três cachos nascem da mesma videira: assim, todos estão relacionados entre si. Recebem a mesma seiva, líquido nutritivo. Para os cristãos, esta seiva é o Espírito Santo.
3. O processo de cultivação
A palavra "fruto" fala de um jardim cultivado com muito carinho. O agricultor é o próprio Deus, por meio de seu Espírito. Ele vem ao jardim a procura de frutos. Ele procura cultivar o terreno de nossa vida através dos seguintes meios:
3.1. Pela Palavra (2 Timóteo 3.16). Um dos motivos de Deus ter nos dado sua Palavra, foi para nos habilitar a vivermos uma vida santa, produzindo frutos (Tiago 1.22; Salmos 119.11). O não crente ou o não cristão, não entende as verdades espirituais (1 Coríntios 2.14; Lucas 11.28; 8.15; Atos 20.32). Procure obedecer as instruções que você aprendeu na Palavra de Deus.
Thomas Jefferson diz: "Eu sempre disse e digo. que o exame estudioso do volume Sagrado fará cidadãos melhores, pais melhores e maridos melhores". Frutos!
3.2. Pelo Espírito Santo. O nome dele é Espírito Santo porque uma das funções principais do Espírito Santo é repartir conosco a santidade de Deus. Ele desenvolve em nós um caráter semelhante a Cristo – este é o propósito de Deus (Efésios 4.13). . Deus procura cultivar o terreno de nossa vida pela operação interior de Seu Espírito. Ele age bem no fundo do nosso espírito nos quebrantando, tornando-nos receptivos a sua boa semente, à sua influência. O Espírito Santo coloca os belíssimos frutos da personalidade de Cristo no solo lavrado de nossa alma, para que ali possam se enraizar e se desenvolver. Somente uma operação profunda do Espírito Santo em nossa alma.
um quebrantamento, pode começar a modificar o nosso solo. Assim, o nosso terreno começará a produzir os frutos divinos.
3.3. Pela comunhão com o irmãos na fé. As pessoas que caminham pela sua vida formam o seu terreno. Cada novo crente deve imediatamente ter um novo círculo de amigos crentes – esta deve ser a preocupação primária dos líderes da Igreja. Vendo os irmãos, Paulo recuperou ânimo (Efésios 4. 4,7,16). É um clima desejável!
3.4. Em sermos podados. (João 15.2.6)
É necessário podar, do contrário, lidera ocorrer uma queda de produção ou, simplesmente, não haverá a colheita esperada. Em vez de frutos, há uvas silvestres e ervas daninhas. Podar dói
(Mateus 7.20; 15.13). Ouvi pessoas confessarem que acidentes e doenças levaram-nas mais perto de Deus. Isto não significa que Deus mande doenças e problemas para nos afligirem: ele somente os permite, pois uma mesma fonte não pode dar água doce e amarga. Mas Deus prova ser Deus, em transformar o mal em bem.
3.5. Pela nossa diligência
O fruto não é nossa invenção nem o nosso produto, mas requer a nossa diligência de cultivo (2 Pedro 1.5-9). Um Jardim Negligenciado torna-se cheio de espinhos e ervas daninhas. O salmo 1ajuda-nos a entender o que deve ser evitado e o que deve ser feito para que o crente dê seu fruto no tempo certo.
Pr. Samuel Högberg