Objetivo do Estudo:
- Entender a profundidade da queda e seus efeitos aprisionadores no homem, com isso se sentir estimulado a glorificar a Deus por ter providenciado tão grande salvação.
O estudo numa frase:
- Todo ser humano nasce prisioneiro do pecado, e assim, é totalmente incapaz de agradar a Deus por si mesmo.
Panorama bíblico:
- Embora o texto de Romanos 5.12-20 não trata da questão da origem do pecado em si, ele fala da maneira como pecado entrou no mundo. O verso 12 é essencial para essa discussão, ele é chave para a defesa do “pecado original”.
- Por outro lado, aqueles que negam a existência do pecado original ou pelo menos não aceitam a idéia da“imputação de pecado” (pecado de Adão como nosso pecado), procuram dar uma explicação diferente para o texto, afirmando que o pecado de Adão nos tornou corruptos, mas somos condenados por nossos próprios pecados. Mas, segundo o texto, o pecado entrou no mundo por meio de “um só homem”. Não é, portanto, só uma questão de imitar Adão, mas de herdar dele o pecado.
INTRODUÇÃO
- O espírito de nossa época é de quebra de tabus. As pessoas dizem que a única coisa que deve ser proibida é proibir, que devem ter liberdade para fazer o que quiserem. Mas se essas pessoas forem liberadas para fazer o que quiserem serão totalmente livres?
- Afinal de contas, o que é essa liberação?
- Que liberdade tem um viciado em cocaína no fato de poder usar a droga onde, como e quando bem quiser?
- Por trás da tão falada liberdade não está o fenômeno da dependência?
- Será que há liberdade na escravidão?
I – PÉSSIMA ESCOLHA
- A queda no pecado nos deixou corruptos, pois “a depravação significa que o mal contaminou cada aspecto da humanidade – coração, mente, personalidade, emoções, consciência, razões e vontade (Jr 17.9; Jo 8.44)Ela nos deixou corruptos física, emocional, psicológica, mental, moral e espiritualmente.
- Quando quebramos nosso relacionamento com Deus, não perdemos apenas nossa religião ou devoção, mas nossa saúde, nossa felicidade, e todas as coisas pertencentes à vida social e cultural.
- Deus disse: “Maldita é a terra por tua causa” (Gn 3.17).
- Paulo diz que a natureza “geme e suporta angústias até agora” (Rm 8.22).
- Todas as tragédias do mundo, toda a violência e corrupção do homem e da natureza são consequências do pecado. “O Pecado é tanto causa quanto resultado da miséria humana.
II – PECADO ORIGINAL
- Estamos juntos com Adão e Eva, pois herdamos deles o veneno do pecado. Ele corre em nosso sangue. É isso o que os teólogos chamam de pecado original. Adão incluiu todos em sua decisão.
- Todos os homens herdam o pecado como se fosse uma espécie de doença hereditária.
- Davi entendeu que o pecado era uma realidade em sua vida desde o seu nascimento (Sl 51.3-5).
- A escolha de Adão atingiu a todos. Adão agiu como nosso representante e por essa razão, sua escolha nos atinge.
- Nenhum dos efeitos da queda, como pecado, dor, sofrimentos ou tragédias podem ser atribuídos a Deus.
- A escolha deliberada do homem trouxe o caos ao mundo, portanto, a humanidade é absolutamente responsável por tudo o que acontece de mau neste mundo. E continuamos a destruir a terra com o processo de exploração desenfreada.
- A ironia é que nós poluímos o mundo e colocamos a culpa em Deus quando ocorrem cataclismas da natureza.
- A consequência do pecado foi a morte. Assim, a morte passou a todos os descendentes de Adão (Rm 5.12). Paulo está falando em termos representativos.
- Muitas vezes Paulo usou essa imagem de representante, tanto para Adão como para Cristo (I Co 15.21-22). Nesse trecho está a ideia da representatividade.
- Todos os homens morrem ou vivem em seu representante: Adão ou Cristo.
- Se não é verdadeiro o princípio de que todos pecaram em Adão, seria impossível afirmar que todos podem ser feitos justos em Cristo.
- O pecado de Adão é o nosso pecado. Somos decaídos em Adão. Somos a semente adulterada do homem degenerado e pecaminoso.
III – TOTALMENTE DEPRAVADOS
- Não somos pecadores apenas por escolha, mas por natureza (Ef 2.3). Nós não apenas praticamos o mal; nós somos maus (Jo 8.44).
- Não conseguimos abandonar o pecado quando queremos. Podemos até controlar algumas atitudes pecaminosas, mas não podemos deixar de ser pecadores. Isso não significa que cada um de nós faz todo o mal imaginável, mas significa que temos capacidade para isso.
- Significa que estamos completamente perdidos, pois Deus requer de nós a perfeição com que nos capacitou quando nos criou, entretanto, não há área em nossa vida que não tenha sido afetada pelo pecado.
- Essa incapacidade de dar a Deus o que Ele deseja, os teólogos têm chamado de “Depravação Total”.
- Não significa que as pessoas não consigam fazer algo de bom nesse mundo, pois não é uma completa ausência de bem relativo.
- A questão é que, para que algo seja aceito por Deus como bom, precisa ter pelo menos três elementos: fé verdadeira de quem o fez, estar de acordo com a lei de Deus, ter sido feito para a glória de Deus. Nenhum herdeiro de Adão consegue fazer isso naturalmente. A rigor, o homem “é incapaz de fazer qualquer bem espiritual
- O ser humano não peca da pior forma possível, mas peca em tudo o que faz, pois o pecado está arraigado em sua natureza.
- Segundo a Bíblia, o homem não pode fazer o bem (Rm 8.7), não pode entender o bem (II Co 3.15-16; Jo 8.43; I Co 1.18; I Co 2.14; II Co 4.3-4), nem desejar o bem (Jo 5.40).
- As Escrituras vêem o homem como já afogado no fundo do oceano. Para salvá-lo é preciso uma obra sobrenatural de Deus, é necessário trazê-lo para a superfície e introduzir vida em seu coração.
- A depravação total explica os problemas do nosso mundo e nos diz que a sociedade não resolverá esses problemas básicos até que todos nasçam de novo. Porém, nem mesmo a conversão do mundo resolveria todos os problemas, pois os cristãos continuam pecando.
- A doutrina da depravação total, por outro lado, nos ensina sobre o imenso amor de Deus por nós. Foi somente o Seu amor que possibilitou a nossa salvação.
IV – LIBERDADE QUE APRISIONA
- A grande ironia da história reside no fato de que a pretendida declaração de independência, configurada na desobediência de Adão, foi fracasso total (Jo 8.34). A tão desejada liberdade nunca veio (Ef 2.2).
- O maior pecado do homem, segundo Paulo, é ignorar atrevidamente a existência de Deus, viver como se Ele não existisse e ainda substituí-lo por ídolos criados pelo próprio homem (Rm 1.19-23).
- Como consequência, “Deus entregou tais homens à imundícia”(Rm 1.24). Esse ato de entregar deve ser visto como uma ausência de restrição divina ao pecado do homem.
- Deus os abandonou para serem cada vez mais cativos de seus próprios pecados (Rm 1.28-31). Essa é a única liberdade que o ser humano possui: a liberdade para pecar cada vez mais.
- Tal vida aprisionada às paixões é uma maneira da morte se manifestar no ser humano cativo do pecado. O mais impressionante é que as pessoas sabem que estão caminhando para a morte, mas nem assim mudam de vida (Rm 1.32).
CONCLUSÃO
- Aprendemos algumas lições importantes com a doutrina bíblica do pecado.
- Primeiramente, que o homem depende inteiramente de Deus para a salvação. Temos perdido a visão realista do homem conforme a Bíblia a apresenta. Vivemos no tempo em que os crentes idolatram líderes religiosos e depois se surpreendem quando vêem esses homens caírem em pecado.
- Depois essa doutrina também nos ensina que não há pessoa boa do ponto de vista de Deus. O Senhor não olha para o que nós tentamos fazer, mas para o que nós somos. Precisamos abandonar nossas folhas de figueira (Gn 3.7) e deixar que Deus mesmo nos vista.
- Finalmente, essa doutrina glorifica a graça de Deus.
APLICAÇÃO
- Não existe ninguém bom senão Deus. Nascemos com a natureza pecaminosa. Sozinhos não podemos nos livrar dessa escravidão.
- Como tem sido nossas vidas diante dessas verdades? Somos gratos a Deus por tão grande salvação?
Leandro Lima