Texto: (Gn 3.16-18; Êx 20.1-6)
Objetivo do Estudo:
- Entender que a origem das maldições é o pecado do homem transmitido desde Adão; que elas foram quebradas em Cristo, para sempre, de forma que não existem maldições hereditárias a ser quebradas por fórmulas ou rituais.
O estudo numa frase:
Deus amaldiçoou a terra por causa do pecado de Adão, mas em Cristo toda - maldição é retirada, primeiramente da vida do crente e futuramente de toda a criação.
Panorama bíblico:
- Gênesis descreve a maldição de Deus sobre o homem e a mulher. Antes, Deus amaldiçoou a serpente (Gn 3.15).
- Dizemos que a maldição de Adão e Eva foi reduzida, pois, embora Deus tenha colocado dificuldades na vida humana e sua volta ao pó, ou seja, a morte, ainda assim concedeu instrumentos para a continuidade da vida. O texto do Êxodo é a descrição do primeiro e do segundo mandamento.
- Esses mandamentos atacam a idolatria. A maldição para o idólatra passa por até quatro gerações. Mas é importante notar que isso é em caso de “desobediência”, pois aos que guardam os mandamentos há uma promessa de bênção até “mil gerações”.
INTRODUÇÃO
- Após o pecado do ser humano, Deus disse: “Maldita é a terra por tua causa” (Gn 3.17).
- Qual é a extensão desta maldição? (Êx 20.5).
- Será que há uma ameaça de maldição que parece se estender até por quatro gerações?
- Será que, portanto, existem maldições hereditárias?
- Será que certas atitudes das pessoas podem atrair maldições para si e para seus descendentes?
- Será que um descendente que nada teve a ver com atitudes pecaminosas de seus antepassados pode ser afetado por alguma maldição decorrente daquelas atitudes?
- Para algumas pessoas a resposta é sim. Explicam que doenças, vícios e certos tipos de comportamento se devem a maldições familiares.
- Dizem que problemas com alcoolismo, depressão, nervosismo, pornografia, adultério, divórcio, diabete, câncer, pobreza, alergia, doenças do coração, problemas de visão, perturbações mentais e emocionais, abusos sexuais, obesidade e muitos outros problemas, vícios e dificuldades acontecem porque algum antepassado viveu aquela situação ou praticou aquele pecado.
- Dizem mais, dizem até que mesmo que uma pessoa se converta a Cristo ela pode continuar amaldiçoada. E, por isso, ela precisa passar por uma experiência de “quebra de maldições”.
- Alguns dizem, ainda que, para “quebrar maldições”, basta simplesmente fazer uma oração repreendendo todos os espíritos malignos que estão agindo naquele problema.
- Já outros dizem que é preciso identificar os pecados cometidos pelos antepassados e pedir perdão por eles.
Neste estudo vamos procurar entender de onde vem a maldição e como ela pode ser quebrada.
I – A ORIGEM DA MALDIÇÃO
- A maldição é um instrumento divino e, na verdade, faz parte de Sua atividade julgadora.
- Em Deuteronômio 11.26, Deus diz:“Eis que hoje eu ponho diante de vós a bênção e maldição..., se não cumprirdes os mandamentos do Senhor vosso Deus”.
- A Bíblia não diz que a bênção é de Deus e a maldição é do diabo. Tanto uma quanto a outra são prerrogativas divinas.
- A maldição está ligada à desobediência e a bênção à obediência (Êx 20.5-6).
- É preciso reconhecer que a maldição pode ser uma realidade na vida dos homens. Aliás, a terra inteira está amaldiçoada, pois quando o homem pecou, Deus decretou: “Maldita é a terra por tua causa” (Gn 3.17).
- No caso de maldições, via de regra, cada pessoa é responsável por seus próprios atos. Embora no segundo mandamento que alerta contra a idolatria esteja incluída uma promessa de maldição até a quarta geração. É bom lembrar que esse caso é específico.
- A idolatria é, entre todos, o mais odioso dos pecados humanos diante de Deus. Mas é evidente que a maldição só tem prosseguimento se as próximas gerações também forem idólatras.
- Deus deixou claro que Sua maldição está posta sobre os que O desobedecem.
- Israel tinha um provérbio para dizer que os filhos pagavam pelos erros dos pais (Ez 18.2), mas Deus disse que as coisas não funcionavam assim (Ez 18.3-4 e 18.20). Os discípulos de Jesus acreditavam neste provérbio antigo (Jo 9.2).
- Parece que eles acreditavam em uma espécie de “maldição hereditária”. Mas Jesus os corrigiu (Jo 9.3).
- Em razão desse ensino de Jesus, podemos afirmar que, apesar de sabermos da existência real e concreta de maldições, não devemos tentar identificar todas as doenças ou males com maldições decorrentes de pecados particulares.
- Antes devemos entender que existe uma maldição generalizada posta sobre a terra por causa do primeiro pecado e maldições particulares atraídas por conduta imprópria. Precisamos entender, agora, como essas maldições podem ser quebradas.
II – MALDIÇÃO QUEBRADA
- Sabemos, agora, que todos nascem num mundo amaldiçoado, é óbvio, portanto, que serão alvo de muitas maldições, pois a maldição é uma conseqüência do pecado, e todos são pecadores, tendo herdado o pecado de Adão.
- E então, como se quebram maldições? Não é por meio de algum ritual, cerimônia ou passe de mágica, mas por meio de uma mudança de um estado de desobediência para um estado de obediência. E como é possível? Somente por causa da obra de Cristo.
- Uma das maneiras de interpretar a vinda de Jesus pode ser dito como sendo para retirar a maldição imposta sobre a terra e sobre a humanidade. Cristo não realizou uma obra pela metade, o que Ele fez foi completo.
- Quando a maldição cessa na vida do crente e ele começa a viver na bênção? Isso ocorre no instante que ele crê, pois vimos que a bênção é recebida pela fé (Jo 8.32).
- A libertação espiritual acontece na vida de uma pessoa quando ela conhece a verdade, quando ela se converte e nasce de novo (Jo 8.34-36).
- As pessoas que acham ainda que precisam quebrar maldições de crentes não entenderam a obra de Cristo.
- Aqueles que temem que satanás possa prender algum crente sobre maldição não entenderam o que Cristo fez com o diabo para benefício dos crentes quando morreu na cruz.
- Gênesis 3.15 diz que Cristo esmagaria a cabeça da serpente e isso aconteceu quando Ele morreu na cruz (Lc 10.17-18). Nesse texto a queda de satanás é associada à pregação do Evangelho (Jo 12.31-32 ver também Hb 2.14).
- Da mesma forma Colossenses 2.13-15 fala-nos da obra de Cristo que removeu nossa dívida quando morreu na cruz.
- A vitória de Cristo é uma vitória completa, portanto, somos verdadeiramente livres.
- Mas não apenas isso. Em Romanos 6 Paulo explica o que aconteceu conosco quando nos convertemos (Rm 6.5). Isso significa que o crente espiritualmente participa da morte de Cristo. Ele realmente morreu com Cristo na cruz (Rm 6.6).
- Todas as maldições cessam aí, crucificadas na cruz de Cristo. A ênfase de Paulo é que não ficamos mortos, e sim, como Cristo ressuscitou, nós também ressuscitamos (Rm 6. 4,5 e 8).
- Pode alguém que nasceu de novo, que morreu com Cristo e ressuscitou com Ele, ainda carregar maldições?
- Será que a obra de Cristo não foi completa?
- Se o crente pudesse ainda carregar maldições o texto de II Coríntios 5.17 não seria verdadeiro.
- Se ainda há maldições, então, não há nova criatura, nem novo nascimento, nem conversão.
- Se Cristo habita em nossos corações, não devemos menosprezar a Sua obra, não podemos diminuir a importância e a eficiência dela.
- Jesus também veio para retirar a maldição do mundo. Lá no início, a terra foi amaldiçoada por Deus.
- Por causa disso, a natureza perdeu sua perfeição original (Rm 8.22). Esse “gemido angustiado” só pode ser uma referência a todos os desequilíbrios que encontramos na natureza.
- O Apocalipse descreve o momento quando toda maldição será retirada da criação e a cidade santa for estabelecida por Deus (AP 22.3-4).
- Embora tenhamos recebido o espírito da liberdade, ainda estamos em um mundo decaído, e, portanto, submetidos a muitas limitação. Isso não significa que as maldições não foram quebradas em nossa vida, mas que ainda não somos tudo aquilo o que fomos projetados para ser.
III – DA TEORIA PARA A PRÁTICA
- Então por que tantos crentes vivem como se estivessem sob maldição, sem conseguir se livrar de vícios e de pecados?
- Talvez porque não façam uso dos recursos que Deus lhes tem dado para vencerem essas coisas. E também é preciso reconhecer que nem todo aquele que se diz crente o é de fato, são pessoas que não são verdadeiramente convertidas, às vezes desfrutam de altas posições eclesiásticas, mas podem ser motivadas por outros interesses que não o desejo sincero de glorificar a Deus.
- Não é difícil entender o porquê do ensino sobre quebra de maldições atrair tanto as pessoas. Ele se torna um atalho mágico e ilusório para substituir a doutrina da santificação, que é um processo indispensável a ser desenvolvido pelo Espírito Santo na vida do cristão, exigindo dele autodisciplina e perseverança na fé.
- Parece mais fácil ser libertado por um passe de mágica do que pelo uso da oração, do estudo bíblico e da santificação.
- É bom frisar que uma pessoa liberta deve viver como alguém que foi liberto.
- Paulo ao explicar como o andar no Espírito é o segredo da vitória contra a carne, Paulo conclui: “Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito” (Gl 5.25). Talvez esteja querendo nos dizer: “Viva aquilo que você agora é”.
- Vejamos uma ilustração: Mantenha um passarinho dez anos preso em uma gaiola.
- Ele nunca soube o que é voar. Agora solte o passarinho.
- Ele vai sair voando? Não, ele não sabe voar.
- Seus olhos ainda vêem as grades o prendendo. Mas, ele ainda está preso? Não, você o libertou, mas ele não sabe o que fazer com essa liberdade.
- Da mesma forma, às vezes os crentes em Cristo vivem como se ainda estivessem debaixo da escravidão e da maldição. Foram resgatados da maldição pela obra de Cristo (Gl 3.13), mas nem sempre se dão conta disso. É preciso bater asas e voar. Ou seja, precisamos usufruir todas as bênçãos conquistadas para nós por Cristo (Ef 1.3).
- Essas bênçãos estão a nossa disposição, mas precisamos usá-las.
- Paulo encarava as coisas do passado conforme ele descreve em Filipenses 3.13-14. Diante dessa verdade, é uma bobagem ficar se apegando a supostas maldições do passado, se todas as maldições já foram quebradas na cruz de Cristo no momento da nossa conversão.
- Há mais uma pergunta: Depois da conversão, quando todas as maldições cessaram, o crente ainda pode ser amaldiçoado?
- A reação natural seria responder que não, porém, algumas coisas precisam ser consideradas.
- O crente tem todos os recursos necessários para não ser mais amaldiçoado, porém, suas atitudes podem sim atrair maldições sobre si (Dt 11.26-28).
- A vida de desobediência pode sim atrair novas maldições. É preciso lembrar, entretanto, a maldição sem causa não se cumpre (Pv 26.2). Vivendo na presença de Deus não temos o que temer.
- Quando Balaque contratou o profeta Balaão para amaldiçoar o povo de Israel, perdeu seu tempo e dinheiro (Nm 23.7-8).
- O povo de Deus não precisa temer maldições que são lançadas contra ele, pois “nenhum mal te sucederá” (Sl 91.10)
- Em seguida, porém, o próprio Israel atraiu a ira de Deus ao entrar na festa pagã de Baal-Peor (Nm 25.1-18).
CONCLUSÃO
- A terra foi amaldiçoada por causa do pecado, e essa maldição ainda permanece sobre este mundo. Somente na segunda vinda de Jesus, toda maldição será extinta.
- Mas os homens já podem viver vidas abençoadas e livres de maldições pessoais. Basta que eles se entreguem a Jesus, e toda maldição será retirada da vida deles.
- Isso não significa ter uma vida totalmente livre de problemas, doenças ou dificuldades, porque esta terra ainda é amaldiçoada e vivemos em corpos decaídos.
- Mas, por outro lado, maldições hereditárias que aprisionam as pessoas em pecados e vícios foram retiradas dos convertidos (Gn 12.2).
APLICAÇÃO
- Temos evidenciado a bênção de Deus em nossa vida?
- Temos buscado o propósito de Deus em cada situação de nossa vida ou atribuímos nossas dificuldades a alguma maldição?
- Temos tido cuidado em não dar lugar ao diabo?
Leandro Lima
dentro da minha espectativa esta bem completo esse ensinamento.
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