Sua luta com a adoração

Introdução:

- Bem-vindos à segunda mensagem da série “As maiores lutas de sua vida”! Na semana passada vimos a “Sua luta com Deus”, baseada no primeiro dos Dez Mandamentos. Hoje Deus vai falar conosco no segundo mandamento:
“"Não farás para ti nenhum ídolo, nenhuma imagem de qualquer coisa no céu, na terra, ou nas águas debaixo da terra. Não te prostrarás diante deles nem lhes prestarás culto...” Êx 20.4-5
- Nossa segunda grande luta é adorar corretamente a Deus, o majestoso Criador e Senhor, sem rebaixa-lo ao tamanho de um deus qualquer. Nada na criação pode representar o Criador. Ele perguntou:
“"Com quem vocês vão comparar-me ou a quem me considerarão igual? A quem vocês me assemelharão para que sejamos comparados?” Is 46.5

- O segundo mandamento é também o segundo mais extenso, superado em tamanho apenas pelo quarto.

- O primeiro trata da adoração exclusivamente a Iahweh. Este declara que é para adorar sem o uso de imagens. Deus proíbe a confecção de imagens para fins de adoração. Ele não pode ser reduzido a figuras e nem a representação alguma de qualquer coisa existente.

Uma observação: A Igreja Católica divide os 10 mandamentos conforme o modelo adotado por Agostinho. Do verso 2 ao 6, o primeiro mandamento. E no verso 17, dividiu o décimo em dois.
- A igreja primitiva nem templos possuía. Seus primeiros cultos eram muito simples e reuniam-se nas casas.

- Uma das acusações feitas pelos romanos aos cristãos era a de “ateístas”, porque não adoravam nenhuma imagem. Perseguidos, os cristãos passaram a se reunir nas catacumbas.

- Nestas, era comum a prática de pinturas simples, como ornamentação, como se fazia normalmente em lugares públicos. Desenhos inocentes, de pássaros, flores, borboletas. Mais tarde, surgiu a figura de um pastor carregando uma ovelha nos ombros. Com receio de que as pinturas viessem a se tornar algo mais sério, a própria Igreja as condenou.

- Em 305, na cidade de Elvira, Espanha, realizou-se um sínodo que declarou que “não deveria haver pinturas nas igrejas”.

- Em 360, o bispo de Chipre, Epifânio, declarou que o uso de imagens era “prática ateísta e antiescriturística”.

- Somente a partir do quinto século, já com o cristianismo como religião oficial, é que a prática começou a se generalizar.
- Em nosso tempo a idolatria é comum, bem mais do que se pensa. Há gente que acredita que o pé de coelho dá sorte, que uma figa afasta “mau olhado”, que o desenho de uma pirâmide energiza o ambiente, que um cristal passa bons fluidos, que um cacto em frente da casa afasta maus espíritos. A superstição é parceira inseparável da idolatria.

Ex: pamonha energizada, feita numa lanchonete em forma de pirâmide, perto de Brasília. “Transmite energia para quem come”, disse o proprietário. (citado por Isaltino, em “A Atualidade dos Dez Mandamentos”, Exodus Editora.)
- O segundo mandamento não proíbe a arte, bustos e estátuas em parques ou museus.

- O templo de Salomão teve acabamento artístico (2 Cr 3.10 a 5.1).

- O tabernáculo na época de Moisés tinha o candelabro de ouro, por exemplo (Ex 25.31-40).

- A cruz vazia é um símbolo cristão, e você pode ter e carregá-la num colar, ou até mesmo ser usada no templo. Nosso logo tem uma cruz, mas é só um símbolo, uma marca.

- Em algumas casas temos retratos da arca de Noé, da cena da última Ceia de Jesus com seus discípulos, ou outras cenas bíblicas. São apenas ilustrações, para uso didático, sem qualquer problema.
O que o mandamento proíbe fica bem claro no verso 5:
“não te encurvarás diante delas, nem as servirás” (v.5)
- Proíbe-se o fabrico de imagens para adoração. Não se pode adorar imagens. Alguns tentam se justificar dizendo que há uma diferença entre a postura diante das imagens e diante de Deus. Usam os termos latria (adoração a Deus) e dulia(veneração e respeito a pessoas que serviram bem a Deus). Mas isto é uma desculpa esfarrapada. Na verdade não é simplesmente veneração é culto às imagens o que acontece.

- Ex: Círio de Nazaré, em Belém. Até mesmo a corda que protege o carro onde o círio é posto é tida como possuidora de graça, acotelando-se as pessoas para toca-lo e receber graça.
- É uma vergonha e escândalo para o nome de Cristo o uso e abuso de imagens no cristianismo. Adora-se a imagens em franca e clara desobediência à Palavra de Deus.

DIFERENÇAS BÁSICAS ENTRE UMA IMAGEM E O DEUS VIVO E VERDADEIRO: IMAGEM DEUS VIVO

Visível
Mutável
Destrutível
Demonstrável
Definível
Comparável
Impessoal
Material
Incomunicável
Inanimada

Conforme Isaías 44, a imagem não tem olhos e não vê

Invisível
Imutável
Indestrutível
Indemonstrável
Indefinível
Incomparável
Pessoal
Imaterial
Comunicável
Vivo

Mas Deus se revela, ouve, age, ajuda, atende, olha e protege.

TRÊS RAZÕES PARA PROIBIÇÃO DAS IMAGENS:

1. A revelação de Deus não é por imagens e sim por palavra.

"No dia em que o SENHOR lhes falou do meio do fogo em Horebe, vocês não viram forma alguma. Portanto, tenham muito cuidado, 16 para que não se corrompam fazendo para si um ídolo, uma imagem de alguma forma semelhante a homem ou mulher, 17 ou a qualquer animal da terra, a qualquer ave que voa no céu, 18 a qualquer criatura que se move rente ao chão ou a qualquer peixe que vive nas águas debaixo da terra. 19 E para que, ao erguerem os olhos ao céu e virem o sol, a lua e as estrelas, todos os corpos celestes, vocês não se desviem e se prostrem diante deles, e prestem culto àquilo que o SENHOR, o seu Deus, distribuiu a todos os povos debaixo do céu”. Dt 4.15-19
- Deus não se revelou por formas, mas por palavras. A ênfase é no conhecimento e não nos sentidos. Moisés pediu para ver a face do Senhor (Ex 33.20), mas Deus proclamou o seu nome (Ex 34.20).
Jesus declarou:
“Deus é espírito, e é necessário que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade". Jo 4.24
Deus deve ser adorado no coração e não nos olhos.

2. O nome de Deus e não sua imagem é que deve receber especial atenção.

“Mas procurarão o local que o SENHOR, o seu Deus, escolher dentre todas as tribos para ali pôr o seu Nome e sua habitação”. Dt 12.5
- Para o hebreu, o nome era o caráter de alguém. Conhecer o nome, entre os orientais, era ter domínio sobre a pessoa, pois conhecia-se o caráter da pessoa. Por isso Jacó quis saber o nome de quem lutava com ele (Gn 33.29), mas ficou sem saber. Ele não teria domínio. Ele, sim, Jacó, devia dizer o seu nome (Gn 32.27). O nome de Deus é o próprio Deus, no judaísmo.

3. A idolatria vai contra a inteligência.

“Jesus foi considerado digno de maior glória do que Moisés, da mesma forma que o construtor de uma casa tem mais honra do que a própria casa”. Hb 3.3
- A idolatria é um absurdo. O artífice é maior que sua construção.
Mas o texto mais contundente contra a idolatria é Isaías 44.6-20.
- O profeta é irônico. Uma pessoa corta uma árvore, faz uma fogueira com uma parte e com ela se aquece e faz seu pão. Da outra, faz uma escultura, se ajoelha diante dela e lhe diz:
“Salva-me; tu és o meu deus". Is 44.17
A conclusão é óbvia:
“Eles nada sabem, nada entendem; seus olhos estão tapados, não conseguem ver, e suas mentes estão fechadas, não conseguem entender. Ninguém pára para pensar, ninguém tem o conhecimento ou o entendimento para dizer: "Metade dela usei como combustível; até mesmo assei pão sobre suas brasas, assei carne e comi. Faria eu algo repugnante com o que sobrou? Iria eu ajoelhar-me diante de um pedaço de madeira?" Is 44.18-19
- Duas palavras definem bem: ignorância espiritual.
- A idolatria é um absurdo porque os ídolos são inúteis.

“Os ídolos deles, de prata e ouro, são feitos por mãos humanas. 5 Têm boca, mas não podem falar, olhos, mas não podem ver; 6 têm ouvidos, mas não podem ouvir, nariz, mas não podem sentir cheiro; 7 têm mãos, mas nada podem apalpar, pés, mas não podem andar; e não emitem som algum com a garganta”. Sl 115.4-7

A REAÇÃO DE DEUS QUANTO À OBSERVAÇÃO DESTE MANDAMENTO:

• Ele reage com zelo.
“porque eu, o SENHOR, o teu Deus, sou Deus zeloso” (v.5)
No êxodo, Deus tomou Israel como sua esposa(figura muito usada em Oséias). A idolatria seria o rompimento do casamento. Israel deixaria seu marido para se prostituir, o que quebraria o vínculo matrimonial. E a quebra traria um castigo, como veremos a seguir.
• Ele reage com visitação.
“castigo os filhos pelos pecados de seus pais até a terceira e quarta geração daqueles que me desprezam”. (v. 5b)
“Visitar” tem o sentido de “julgar, castigar, disciplinar”. Deus disciplina até a terceira e quarta geração. A infidelidade traz um castigo intenso e contínuo sobre o pecador.
• Ele reage com misericórdia.
“mas trato com bondade até mil gerações aos que me amam e obedecem aos meus mandamentos”. (v.6)
- Deus manifesta o seu amor aos que o obedecem. Há juízo para os desobedientes, mas graça e misericórdia abundantes para os que guardam suas palavras e as cumprem.
Há apenas uma imagem de Deus que podemos adorar.
“Ele é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação”. Cl 1.15
- “Imagem” aqui é eikon, que significa “espelho”. Jesus Cristo é o espelho fiel de Deus. É nele que vemos Deus. Ele mesmo disse:
“Quem me vê, vê o Pai”. Jo 14.9
- A idolatria envolve também colocar as coisas que amamos no lugar de Deus ou ver Deus como um meio de alcançarmos o que queremos.

- O seu ídolo pode ser o carro, a casa, a música, a carreira, o esporte, o sexo, o dinheiro, a família.
- Todas essas coisas são dons preciosos de Deus, mas quando as coisas criadas tomam o lugar do Criador, elas tornam-se ídolos. Nem mesmo a oração deve ser uma ferramenta para manipular a Deus. Ele não tem a obrigação de nos dar o que lhe pedimos.

- A oração precisa ser feita sempre em submissão à vontade de Deus. Deus está lá para ser adorado e não para ser manipulado.

- A idolatria também pode ser uma tentativa de colocar Deus ao nosso dispor. Adoração é colocar a nós mesmos à disposição de Deus.
Hans Reifler, em seu livro “A Ética dos Dez Mandamentos” resume o segundo mandamento em cinco afirmações:
1. Não precisamos de nenhuma imagem ou projeção de Deus. Todas as imagens e opiniões particulares conduzem-nos a projeções erradas. Mas em Cristo Jesus nos é dada a perfeita imagem de Deus.
2. Deus se revela por meio da fiel pregação de sua Palavra.
3. Através do Espírito Santo, Deus se aproxima de nós, de maneira que podemos nos comunicar com ele (Jô 4.24; 14.17).Todos aqueles que aceitam Jesus e desejam possuí-lo recebem o Espírito Santo (Lc 11.13; 1 Co 12.13).
4. Deixar os ídolos e converter-se (1 Ts 1.9-10), buscar em primeiro lugar o Deus vivo – eis o caminho para voltar às origens do testemunho e do cumprimento positivo e alegre deste testemunho.
5. Purificação e santificação de nossa pessoa, mente, corpo, espírito, alma, atitudes e projeções em relação ao Deus vivo e verdadeiro é o caminho prático e devocional para cumprir o segundo mandamento.
- Alguns dirão que somos intolerantes, arrogantes ou mesmo fanáticos. Outros, entretanto, refletirão nas palavras de Cristo e por causa de nosso testemunho e do Espírito de poder, crerão em sua incontestável declaração:
"Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim”. Jo 14.6
Não importa qual seja a reação das pessoas, temos de honrar o nome do Deus verdadeiro!
Quem assim seja, amém!

Pr. Luiz Sanches

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