Texto: Números 13:1,26-33.
1. Introdução
É lamentável constatar como tantos cristãos vivem dominados pelo complexo de inferioridade, e se encontram esmagados pela baixa autoestima, com a autoimagem achatada, e por causa disso, não produzem mais qualquer fruto no reino de Deus.
Há muitas pessoas que vivem amargando e curtindo um profundo sentimento de auto repúdio e desvalor. Há muitos que olham para dentro de si mesmos e enxergam-se com lentes embaçadas e olhos míopes, nutrindo conceitos distorcidos. E assim tornam-se pessoas amargas, que não sentem a vida avançar e progredir.
2. Quem eram os 10 espias de Israel:
- Eles eram príncipes, nobres, homens de valor.
- Foram escolhidos criteriosamente por serem fortes, inteligentes, líderes.
- Representantes ilustres de suas tribos.
- Moisés os enviou para conhecerem a terra prometida e depois, com relatos vivos, incentivarem o povo a lutar com bravura na sua conquista.
- Eles foram. Passaram lá 40 dias. Ficaram deslumbrados com a exuberância da terra.
- Era uma terra fértil, boa, “que manava leite e mel”. Era tudo quanto Deus já havia falado.
- Eles voltaram da jornada com os frutos excelentes da terra. Todavia, na hora de dar o relatório, disseram a Moisés que a terra era boa, mas devorava seus habitantes.
- Disseram que não conseguiriam entrar lá; pelo contrário, morreriam no deserto, comendo pó, pois lá havia gigantes ameaçadores e imbatíveis.
- E, aos olhos deles, eles eram como gafanhotos. Ex. 13:33
3. Como eles se sentiam:
- Eram príncipes, mas sentiram-se diminuídos diante dos gigantes.
- Eram nobres, mas sentiram-se desprezíveis.
- Eram valorosos, mas sentiram-se como PEQUENOS GAFANHOTOS
- Foram tomados por um sentimento doentio de autodesvalorização e, consequentemente, de impotência que chamaremos de Síndrome do Gafanhoto.
4. Mas o pior em tudo isso foi que eles conseguiram contaminar todo o Israel
Afetaram com seu pessimismo e toda aquela multidão se alvoroçou rebelada contra Moisés, insurgindo-se contra Deus, porque foi envenenada pela síndrome de gafanhoto.
5. Mas o que esta síndrome produz? Vejamos os sintomas desta síndrome do gafanhoto em Números 13 e 14.
5.1 Senso de fraqueza, Números 13.31a.
Eles começaram a dizer- “Não poderemos subir…” . Assim eles anularam a Palavra de Deus, duvidaram do seu poder e só enxergaram os obstáculos.
Tiraram os olhos de Deus e só olharam para as circunstâncias adversas. Naufragaram como Pedro no mar da Galiléia; e estremeceram como Geazi, o servo de Elizeu.
5.2 Complexo de inferioridade, Números 13.31b.
Eles dizem sobre o povo que habitava na terra: “…porque é mais forte do que nós.”
De fato, as cidades que eles deviam conquistar eram grandes. Mas o Deus deles era o Todo-Poderoso.
Mas o medo era tão grande que eles se tornaram mensageiros do Caos (Números 13.32). O texto diz que: “…. diante dos filhos de Israel infamaram a terra”.
É importante perceber que quando as pessoas estão contaminadas pelo maldito vírus do pessimismo, elas difamam a Deus e dispensam suas bênçãos. Alguns Escarnecem das promessas divinas e se tornam pregoeiros do desânimo.
Em nome de Jesus não permitamos que o desanimo tome conta de nossos corações.
5.3 Baixa auto estima, Números 13.33a.
Eles diziam: “…e éramos aos nossos próprios olhos como gafanhotos”.
Eles eram príncipes, mas se encolheram. Sentiram-se como insetos, sob a bata dos gigantes. De príncipes a gafanhotos, de filhos do rei a insetos.
A Baixa auto estima afeta cristãos, fazendo-os se sentir índigos e incapazes de fazer qualquer coisa no reino de Deus. Muitos deixam de produzir frutos e servir a Deus por causa da Baixa estima.
Não perca mais as oportunidades espirituais que Deus coloca diante de você por causa de uma baixa auto estima.
5.4 Visão distorcida da realidade, Números 13.33b.
Os espias: “…éramos como gafanhotos aos seus próprios olhos”.
Aqueles espias raciocinaram assim: eles são gigantes, e nós pigmeus; Eles são fortes, e nós fracos; eles são muitos, e nós poucos; eles vivem em cidades fortificadas, e nós no deserto; eles são guerreiros, e nós peregrinos.
Como eles olharam as coisas? Pelo avesso. Enxergaram as coisas como o inimigo queria que enxergassem. Por isso, arrastaram-se no pó, sentiram-se indignos, menos que príncipes, menos do que homens, menos do que gente, menos do que gafanhotos, insetos.
Cuidado: não veja as circunstancias sob a ótica de Satanás, que é uma ótica de derrota, fracasso, pessimismo, desanimo, revolta, e sensação de que tudo esta perdido.
Peça a Deus: “Senhor abre meus olhos para que eu veja esta situação do modo como o Senhor a vê, com uma visão de vitória, e fé que remove montanhas”.
6. Os Efeitos da Síndrome de Gafanhoto
Há uma lista grande de consequências da síndrome de gafanhoto que podem ser encontradas no capitulo 14 de números:
1. Induz o povo ao desespero, Números 14.1: – “…e o povo chorou aquela noite”. Toda a congregação chorou. Só viram as impossibilidades e não as possibilidades de Deus. Ficaram assombrados, estupefatos, arrasados! Não viram saída! Não enxergaram uma luz no fim do túnel. Para eles não havia solução. Por isso se entregaram ao choro do desespero e da derrota.
2. Induz o povo à murmuração, Números 14.2a.: “Todos os filhos de Israel murmuravam…” . Na hora das dificuldades, em vez do povo se voltar para Deus como libertador, eles o viram como opressor! Acusaram a Deus, murmuraram contra Ele.
3. Induz o povo à ingratidão, Números 14.2b.: “…antes tivéssemos morrido no Egito”. O povo, alvoroçado, esqueceu-se da bondade de Deus. Esqueceu-se dos livramentos do Senhor e das vitórias de Deus.
4. Induz o povo à insolência contra Deus, Números 14.3a.: “E por que nos traz o Senhor a esta terra, para cairmos à espada…”. Insolência é: atrevimento, grosseria, desaforo. – Contaminados pela síndrome dos gafanhotos, o povo acusou a Deus. Infamaram o Senhor! Insultaram com palavras descaridosas o Deus Todo- Poderoso. Disseram com insolência que Deus era o causador do seu infortúnio e o responsável pela crise que eles estavam vivendo.
5. Induz o povo à apostasia, Números 14.3b.: “Não seria melhor voltarmos para o Egito?” Não há nada que entristeça mais o coração de Deus do que ver o seu povo arrependido de ter-se arrependido. Nada fere mais o coração de Deus do que ver o seu povo ultrajar a sua graça e querer voltar atrás, sentindo saudades do Egito – do seu passado miserável de trevas e escravidão, como se aquilo tivesse algum lampejo de bondade. Aquele povo enfastiou-se de Deus, da sua direção, da sua companhia e de seu sustento. Eles se esqueceram dos benefícios de Deus e dos açoites dos carrascos egípcios!
6. Induz o povo à amotinação, Números 14.4.: “Levantemos um capitão e voltemos para o Egito”. O povo, insuflado pelos espias, queria agora outros líderes que os guiassem – mas era de volta para o Egito! Eles se rebelaram contra Deus e rejeitaram o conselho de Moisés, 14.5-10.
7. Induz o povo à rebeldia contra Deus, Números 14.9a.: “Tão-somente não sejais rebeldes contra o Senhor…”. Amar mais o Egito do que o Deus da promessa é rebeldia! Não crer na Palavra de Deus e se intimidar diante dos gigantes deste mundo é rebeldia! Não andar pela fé é rebeldia!
8. Induz o povo à perseguição da liderança instituída por Deus, Números 14.10.: “…toda a congregação disse que os apedrejassem”. Em vez de obedecer à voz de Deus, o povo rebelde decidiu apedrejar os líderes que Deus havia constituído. Na verdade, eles não queriam mudar de vida obedecendo ao que a liderança estava orientando e, por isso, queriam mudar de liderança.
7. O Que Fazer Quando se Constata Que o Povo Está Afetado Pela Síndrome de Gafanhoto?
7.1 Em primeiro lugar é preciso quebrantar-se diante de Deus, Números 14.5,6.: “Então Moisés e Arão caíram sobre os seus rostos… e Josué e Calebe rasgaram as suas vestes…”
Na hora da crise aguda não adiante discutir, brigar, argumentar, fomentar, jogar uns contra os outros e espalhar boatos. É preciso quebrantamento, humildade, boca no pó.
7.2 É necessário firmar-se nas promessas infalíveis de Deus, Números 14.7.: – “A terra pelo maio da qual passamos a espiar é terra muitíssimo boa”.
Não devemos nos deixar ser influenciados pelos comentários, pelas críticas e pela epidemia do desânimo. Pelo contrário, é preciso nos arraigarmos na Palavra de Deus e colocar nela toda a nossa confiança.
Aprendamos a não permitir que nossas vidas sejam influenciadas negativamente por palavras negativas.
7.3 É necessário conhecer as estratégias de Deus para a vitória, Números 14.8,9.: “Se o Senhor se agradar de nós, Ele nos fará entrar nessa terra…” – v. 8.
Nestas horas precisamos confiar no Senhor, e confiar na sua estratégia. Josué precisou confiar na estratégia que Deus estava lhe dando de andar por 07 vezes em torno das muralhas de Jericó. Naamã precisou confiar na ordem que Deus lhe dava para mergulhar 07 vezes no rio Jordão para ser purificado.
Pergunta ao Senhor acerca de qual é a estratégia de vitória que Ele estabeleceu para esta situação em tua vida.
8. Conclusão
Como esta sua vida neste instante? Como você está se sentindo? Você é príncipe ou gafanhoto?
Lembre-se que Deus tem filhos aos quais Ele deu posição de príncipes. Seus filhos são príncipes porque Ele é o Rei. E a terra prometida é o lugar onde os filhos, os príncipes de Deus devem viver!
Portanto, é hora de tapar nossos ouvidos às vozes agourentas do pessimismo e nos erguer com santa ousadia para uma vida vitoriosa. É preciso erradicar do coração esta semente maligna da síndrome de gafanhoto!
E Há 3 princípios de Deus que você não pode esquecer:
- Primeiro: você não é o que pensa que é.
- Segundo: você não é o que as pessoas dizem que é.
- Terceiro: você é o que Deus diz que você é.
Pr. Josias Moura