Se você tivesse que dar uma nota (0 a 10) para como você tem vivido sua vida cristã diante de Deus, do mundo e de sua igreja, com toda sinceridade, qual nota você daria?Poderíamos aqui formar um quadro de avaliação bem simples que nos ajudaria a nos avaliarmos:
De 0 a 2 – Muito ruim
De 2 a 4 – Ruim
De 5 a 6 – Regular
De 7 a 8 – Bom
9 – Muito Bom
10 – Excelente
Avaliar a nós mesmos na vida cristã não é tarefa tão difícil assim, acredito que a tarefa mais difícil é avaliarmos aonde é que não estamos conseguindo boas notas e porque não estamos conseguindo. É fato que uma vida cristã autêntica é vivida em meio às provações, tentações e lutas. Sem contar ainda com a guerra que travamos todos os dias contra o diabo, o mundo e seus intentos, e os sentimentos que muitas vezes tentam se abrigar dentro de nós; paixões da carne, ansiedade, rejeição, incompreensão, dúvida, indecisão e etc. Todos esses fatores quando misturados e pesados na balança, geralmente nos ajudam a fazer uma avaliação mais transparente e mais real de nossa vida com Deus. Talvez você se pergunte, porque preciso avaliar ou re-avaliar minha vida cristã se Deus sabe de todas as coisas a meu respeito? Porque preciso avaliar ou re-avaliar minha vida cristã se já estou na presença de Deus e isso é o que importa?
Eu respondo a você dizendo o que a Bíblia diz, e a Bíblia diz para assim o fazermos em relação a nós e em relação as escrituras:
Examinarmos a nós mesmos:
“E por que não julgais também por vós mesmos o que é justo?” (Lc 12.57)
“Porém o homem espiritual julga todas as coisas, mas ele mesmo não é julgado por ninguém”. (1Co 2.15)
“Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e, assim, coma do pão, e beba do cálice” (1Co 11.28)
Examinarmos as escrituras em relação a nós mesmos:
“Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que testificam de mim”. (Jo 5.39)
“julgai todas as coisas, retende o que é bom” (1Ts 5.21).
Amados quando nós nos julgamos e nos avaliamos, nós não somos julgados por ninguém. “Porém o homem espiritual julga todas as coisas, mas ele mesmo não é julgado por ninguém”. (1Co 2.15). “Porque, se nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados. Mas, quando julgados, somos disciplinados pelo Senhor, para não sermos condenados com o mundo”. (1Co 11.31-32).
Quando nos julgamos e nos examinamos de forma sincera pelo Espírito de Deus, conseguimos avaliar melhor a nossa vida com Deus: as brechas, as faltas, os erros, os acertos, as decisões erradas, as atitudes impensadas, os planos que fizemos, o rumo que tomamos e etc. Nesse processo de auto-avaliação “espiritual”, somos disciplinados pelo próprio Deus, e por isso nem o mundo, nem ninguém nos condena, porque conseguimos identificar aonde falta as boas notas, e porque elas não vieram.
A vida do Rei Roboão nos ensina lições preciosas que se avaliadas e postas em prática, nos ajudarão a viver uma vida cristã sadia e autêntica, e mais nos ajudarão a tirarmos boas notas diante do Pai.
Roboão - Roboão era filho e sucessor do Rei Salomão. Tinha 41 anos ao subir ao trono e reinou por 17 anos. Logo após a morte de seu pai, ocorreu um racha, e o Reino de Israel foi dividido em dois reinos: Reino norte e Reino Sul. Roboão tornou-se Rei do Reino do Sul e Jeroboão do Reino do Norte. Ao ser proclamado rei, Roboão foi a Siquém para que as tribos do Norte o reconhecessem como o Rei de Israel. Em Siquém, os israelitas impuseram-lhe uma condição sob a coordenação de Jeroboão: aceitariam o seu governo, caso fossem retirados os pesados tributos impostos ao povo por Salomão. Roboão, rejeitando os conselhos sábios dos anciãos de Israel, não aceitou as condições e houve divisão do Reino. (I Reis 12:3-11). Quando as tribos do Norte se rebelaram, o Rei Roboão quis partir para a repressão militar com 180 mil soldados, mas foi desaconselhado pelo profeta Semaías, que declarou que a separação do Reino estava em conformidade com a vontade do Deus de Israel. (I Reis 12:21-24). Roboão fortaleceu o seu reino, e dentro dos três primeiros anos ele foi fiel a Deus, tomando decisões prudentes, mesmo não tendo no início ouvido os anciãos de Israel (2Cr 11.17), porém após este período, Roboão não mais dispôs o coração para buscar ao Senhor, e sendo assim, No quinto ano do reinado de Roboão, a Palestina foi invadida pelos exércitos de Sisaque rei do Egito, sendo Roboão compelido a pagar tributo com os tesouros do Templo de Jerusalém e do Palácio Real. (I Reis 14:25-26, II Crónicas 12:5-9).
1ª Lição – Nós não podemos deixar a Lei do Senhor (2Cr 12.1)
“Tendo Roboão confirmado o reino e havendo-se fortalecido, deixou a lei do SENHOR, e, com ele, todo o Israel”.
São nos momentos de bonança, de segurança, de fortalecimento, que achamos que estamos no auge que o perigo de abandonar a Deus pode acontecer. E foi o que aconteceu com Roboão, ele estava bem, por três anos reinava soberano. Os que eram do povo e queriam buscar de fato a Deus, os sacerdotes e os levitas preferiram deixar Jeroboão para estarem com Roboão, pois o verdadeiro culto deveria ser realizado em Jerusalém (era capital do Reino Sul), sua família ia bem, tinha 18 mulheres, 60 concubinas, seus filhos foram constituídos como chefes de muitas províncias de Judá e Benjamim. Mas, Roboão agiu como muitos de nós agimos: está tudo bem entre eu e Deus, não preciso ler a Bíblia tanto assim, afinal de contas me tornei maduro na fé, não preciso que ninguém me diga o que é certo e errado, eu já sei! E assim ele deixou a lei do Senhor e com ele todo o Israel.
Que possamos aprender que estar em paz, vivendo um bom momento com Deus, gozando de tranqüilidade por todos os lados, não pode ser motivo para abandonarmos a Deus, precisamos sim, aproveitarmos estes momentos para aumentarmos a nossa comunhão com Ele.
2ª Lição – Deus sempre tem uma palavra e um modo de nos advertir quando estamos nos afastando dele (2Cr 12.2-5)
“No ano quinto do rei Roboão, Sisaque, rei do Egito, subiu contra Jerusalém (porque tinham transgredido contra o SENHOR), com mil e duzentos carros e sessenta mil cavaleiros; era inumerável a gente que vinha com ele do Egito, de líbios, suquitas e etíopes. Tomou as cidades fortificadas que pertenciam a Judá e veio a Jerusalém. Então, veio Semaías, o profeta, a Roboão e aos príncipes de Judá, que, por causa de Sisaque, se ajuntaram em Jerusalém, e disse-lhes: Assim diz o SENHOR: Vós me deixastes a mim, pelo que eu também vos deixei em poder de Sisaque”.
Quando se abandona a Deus, Ele sempre nos avisa acerca deste abandono, nos dando a oportunidade de nos reconciliar. Deus nunca deixa de nos avisar do caminho errado que estamos trilhando. Cabe a nós, escutarmos e atendermos a estes avisos.
“Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração, como foi na provocação” (Hb 3.15).
Deus também usa pessoas e situações para nos trazer alertas para voltarmos para ele. Sisaque tomou algumas províncias de Judá, e ainda Jerusalém, isso era Deus demonstrando a Roboão que ele tinha se afastado Dele.
No próximo post falaremos das outras três lições. Até lá!
Que Deus te abençoe rica e abundantemente,
Pr. Flavio Muniz