O texto de Ezequiel 22:30 diz que Deus buscou entre o povo de Israel um intercessor, alguém que se colocasse na brecha pelo povo frente a Deus; e não encontrou. Os que gostam de mexer com números e estatísticas calcularam que o povo que saiu do Egito durante o êxodo seria perto de um milhão de pessoas (esse cálculo é questionado por vários estudiosos). O texto de Ezequiel foi escrito para relatar um episódio ocorrido mais de novecentos anos depois. É lógico que o número de pessoas novecentos anos depois era bem maior do que o povo do êxodo, e mesmo assim Deus não encontra ninguém que servisse como intercessor.
Vemos que o oração é tarefa de todo cristão (I Tessalonicenses 5:17), mas a intercessão como ministério, não como tarefa, é para poucos.
O que Deus procura em alguém para considerá-lo em condição de estar na brecha? O que faz com que uma pessoa se torne um intercessor eficaz diante de Deus como Moisés e Samuel? Reconhecidos pelo próprio Deus como os maiores intercessores do Antigo Testamento (Jeremias 15:1).
A seguir veremos algumas características que a Bíblia apresenta como necessárias a alguém que pretende qualificar-se diante de Deus para estar na brecha.
Características necessárias a um intercessor
1. Faz da oração uma prioridade (Atos 6:4).
2. Tem a oração como um dever (Lucas 18:1).
3. Persevera em oração até que os céus se abram e a resposta venha (Isaías 62:6-7). Não tem dúvida a respeito da resposta por isso persevera sem esmorecer, sem desanimar. Esse é o que herda a terra (Números 32:11-12). "O mundo afeito a conveniência e a facilidade exige maior determinação dos que querem empreender grandes realizações" (Rick Joyner).
4. Coragem para estar na brecha (Neemias 4:6-9). São os que lutam contra o inimigo, fazem à guarda para que os demais continuem animados para trabalhar. Não se preocupam com a festa, pois a função deles é guardar e, se o inimigo vem, formam a linha de frente. Por isso não são muitos (Ezequiel 22:30). "Se você não se dispõe a lutar, ou o seu propósito não é digno, ou você não é digno do seu propósito." (Rick Joyner).
5. Fazem tudo com zelo e diligência. Intercessor negligente, como qualquer outro ministério, atrai maldição (Jeremias 48:10). Precisa ser cortado.
6. São os primeiros a perceber os riscos espirituais. Soam o alerta (Isaías 62:6). Evitam o pior, a destruição, esta também foi a experiência de Neemias, quando pôs guardas os inimigos desanimaram de investir contra.
7. São submissos as autoridades superiores. Um intercessor que quer fazer oposição, orar numa direção diferente da proposta pelo líder maior traz mais prejuízo do que o inimigo. É como um feiticeiro no meio do povo (I Samuel 15:22-23).
Autor: Emanuel Adriano Siqueira